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Existe um lugar especial no inferno para mulheres, que não ajudam outras mulheres


Madeleine Albright, primeira mulher Secretary of State dos EUA

Quando li pela primeira vez esta frase, penso que foi num post de facebook de alguma grande mulher, lembro que me impactou, mas naquele momento ela foi guardada no meu buffer, junto com um monte de informação nova e muito legal que estava absorvendo desde que resolvi empreender.

Depois ouvi essa citação novamente há algumas semanas atrás em uma palestra maravilhosa da Andrea Chamma, no fórum RME, da Ana Fontes, que é uma das iniciativas mais legais que vi e participei nos últimos tempos, e decidi usá-la em um adesivo para lançar o meu produto. Porque hoje aos 41 anos muito mais empoderada e conhecendo mulheres poderosas e fantásticas que se apoiam muito, eu adoraria colocar esse adesivo em uma agenda ou no computador e entrar em uma sala de reunião, para mostrar que as mulheres podem e precisam se ajudar para mudar o mundo.

Desde sempre acreditei na rivalidade muito maior entre mulheres do que homens, pois eu via isso.

Na faculdade melhores amigas que ficaram anos sem se falar, por causa de um menino, que não estava nem aí para as duas, e várias outras histórias assim, enquanto os caras estavam sempre unidos e se divertindo.

Quando comecei a trabalhar o exemplo persistiu, melhores amigas que viraram piores inimigas por algum motivo bobo. Homens menos capacitados, mas que sabiam manipular estes sentimentos femininos, e conseguiam tudo o queriam, enquanto a mulherada brigava no segundo escalão. Eu lembrei que uma menina que assim como eu foi super “usada” por esse gerente e acabou virando a minha chefe, fazia muitas vezes a minha vida um inferno. E me foi sugerido que eu deveria ir com uma bolsa nova e cara por semana, peguei as bolsas emprestadas, pois nunca liguei para isso e não iria comprar, e não é que ela ficava desestabilizada, e eu voltava com o sentimento de vitória para casa. Pensando nisso hoje, que vergonha, como as pessoas inclusive eu, podem ficar com a cabeça tão pequena.

Vivia num ambiente completamente machista, onde negócios eram fechados em “casas de tolerância”, onde o simples fato de ser mulher, já me deixava fora, e as feiras do setor sempre tinham mulheres com roupas agarradas ou seminuas para atrair os clientes. Bom se fosse falar todo o machismo que vivi no mundo corporativo poderia ficar escrevendo durante horas, mas na época achava que infelizmente o mundo funcionava assim e eu não conseguiria fazer nada para mudá-lo.

Quando tive a minha primeira filha aos 34 anos, soube que uma gerente, eu já estava em outra empresa, fazia comentários do tipo, engravidou só para não perder o emprego, sendo que eu era extremamente competente no que fazia e dava muito resultado para a empresa, e na época nenhum dos outros diretores estava pensando em me demitir, ou falavam qualquer coisa neste sentido.

Minha filha estava com 1 ano meio, eu estava estressada, não com o meu trabalho, pois gostava do que fazia, mas com o transito de SP eu perdia cerca 2 h 30 min no carro por dia. Meu marido ficava com ela de manhã, pois eu saía mais cedo para trabalhar, e eu ficava responsável por render a senhora á noite, mas se tivesse qualquer imprevisto, uma reunião que demorava mais, chuva em SP ou qualquer outra coisa, me peguei várias vezes chorando no carro, pois a senhora que cuidava da minha filha morava longe e tinha que ir embora e eu não sabia o que fazer, não tinha ninguém que estivesse muito próximo da minha casa que pudesse me socorrer, pois vocês sabem como é qualquer deslocamento em SP ás 19:00 da noite. Sorte minha que a Cida, a senhora que me ajuda até hoje, acho que por já ter vivido tantas coisas antes sabia que a solidariedade entre as mulheres é importante e uma mão lava a outra.

Vivia um grande machismo dentro da própria família, pois viajava bastante a trabalho e ao exterior, e o meu marido ficava com a nossa filha muitas vezes uma semana sozinho, sorte minha também que tenho um “homão da porra” em casa.

Mas quantas vezes escutava: “nossa você vai viajar e ela vai ficar só com o pai?” Como se o pai não tivesse feito junto e não tivesse a mesma capacidade de cuidar. Quantas vezes um homem vai viajar a trabalho, e ninguém fica com dó da mãe.

E aos 3 anos da minha filha comecei a descobrir que as mulheres podem ser parceiras e se ajudarem, críamos um grupo, e fazemos até hoje encontros semanais onde cada vez um grupo de 3 a 5 crianças vai brincar na casa de uma das mães. Mulheres completamente diferentes, de formações distintas e posições políticas opostas, mas com o mesmo amor pelos filhos, e que querem deixar um mundo melhor para as próximas gerações. Nos ajudávamos com caronas, eu tinha que viajar bastante a trabalho nesta época, mas ficava tranquila, pois sabia que no caso de uma emergência tinha com quem contar.

Ano passado, a empresa que eu representava no Brasil, decidiu encerrar as suas operações por aqui, e eu sabia que era o momento para me reinventar, com 40 anos uma filha de 6 e um casal de gêmeos de 6 meses, no meio da crise, não conseguiria voltar ao mercado, e também não estava a fim, não queria mais perder horas no trânsito (depois de quase 4 anos em Home-Office) e nem aguentar mais picuinhas, e queria fazer algo maior.

Nesta nova jornada, descobri o fórum da RME e fui no evento do ano passado, não tinha ainda muito ideia do que iria fazer, mas fui conhecer. Numa palestra da Cristina Junqueira do Nubank, ela disse se você ver uma mulher atrapalhada trocando um bebê no banheiro do shopping, não a julgue, não fale mal dela, mas ofereça ajuda. Eu sempre pensei assim, mas dessa vez vi que não estava sozinha e ali tinham mulheres muito legais e poderosas falando a mesma coisa, o meu sentimento foi de encontrei a minha turma.

Fui selecionada para o Campus for Moms do Google e conheci a Fernanda Caloi, a Giovanna De Marchi, a Mariana Macário, a Dani Junco e as B2Mamy, e outras palestrantes e participantes do programa, pessoas que querem compartilhar o conhecimento e se ajudar, pois juntas podemos fazer um mundo melhor!

Cada vez mais sentia que essa era a vibração que queria para mim, e que sim eu poderia me juntar a outras mulheres para mudar o mundo para as minhas filhas e para o meu filho.

E assim surgiu o Nos Ajudamos, para ajudar essas mães, pais, não pais, a sentirem que não estão mais sozinhos, e sim que fazem parte de uma rede, que com certeza no prédio onde vivem tem alguém que vai estender uma mão amiga, com uma carona, outra mãe pode ficar 30 minutos com o seu filho enquanto você está presa no trânsito, ajudar a instituição de caridade que você participa e está precisando de doações, doar sangue para um vizinho que está precisando ou começar uma ação para que todos reclamem dos buracos na rua e o poder público haja mais rapidamente, acredito nisso pois a generosidade e a participação são motivações intrínsecas do ser humano, independente do sexo, raça ou classe social.

E espero que as meninas, que estejam na faculdade ou ingressando no mercado de trabalho, tenham oportunidade de conhecer algumas das mulheres maravilhosas que eu citei e muitas outras que não pude citar, pois se não o texto ficaria gigante e sempre esqueceria alguém, e que não demorem 20 anos como eu, para descobrir que sim, mulheres se ajudam e não precisam competir umas com as outras, e sim lutar juntas para um mundo melhor e mais igualitário.

Abraços,
Claudia.


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